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Comunicação: um ativo ignorado por alguns políticos. 

Muitos políticos, principalmente os recém eleitos, ainda não entenderam o poder da comunicação e persistem em não investir no ativo mais importante do mandato.

Todo político deveria se enxergar como uma marca, mas muitos insistem em se posicionar como produtos falsificados. Prefeitos e prefeitas, em sua maioria, ainda não compreenderam o poder estratégico da comunicação e persistem em negligenciar o ativo mais valioso de seus mandatos: a conexão com a população.

Em 2024, mais de 5.500 prefeitos e prefeitas foram eleitos e assumiram o desafio de governar suas cidades. A grande maioria repetiu o mesmo discurso: a dificuldade financeira encontrada no município e os desafios para colocar a gestão nos trilhos. Até aí, nada fora do esperado. É comum que o chefe do Executivo use esse argumento para ganhar fôlego no início do mandato. No entanto, mesmo diante dos alertas de profissionais sobre a importância da comunicação, do avanço da tecnologia e da velocidade da informação, muitos gestores cometem o mesmo erro: ignorar a comunicação.

O momento pós-eleitoral, marcado por uma espécie de “anestesia” após a vitória, parece ser um dos fatores que levam os gestores a adotarem uma postura despreocupada. Um equívoco grave, já que esse período deveria ser usado justamente para capitalizar o “hype” da eleição, fortalecendo a comunicação e melhorando o relacionamento com os eleitores.

Outro erro frequente — e aqui é a opinião do publicitário que ousa escrever este texto — é a má escolha do secretário de comunicação. Um cargo que deveria ser ocupado por um profissional experiente, apaixonado, técnico e estratégico, muitas vezes é entregue a pessoas despreparadas, que pouco se importam com resultados e não têm capacidade para enfrentar os desafios impostos pelos novos formatos de comunicação e marketing.

Essa combinação catastrófica resulta no que observamos em diversas cidades: prefeitos com baixa visibilidade, queimando rapidamente o capital de reputação construído durante a campanha — um recurso que, se bem administrado, poderia durar até dezembro de 2025. Outra consequência é a mudança na percepção da população. Eleitores que estavam engajados, acompanhando os gestores nas redes sociais, de repente se veem diante de um vácuo. Como num estalar de dedos do Thanos, os prefeitos desaparecem. E, quando o descrédito chegar, não adianta reclamar: a causa do problema estará clara.

A boa notícia é que ainda há tempo para mudar. É preciso começar agora a olhar para a comunicação com a atenção que ela merece. Sem uma estratégia consistente, os gestores não vão longe. E quando falo em comunicação, refiro-me tanto aos processos online quanto offline. Não se trata apenas de redes sociais, mas de uma abordagem integrada que inclui transparência, diálogo e presença constante na mídia.

Não espere estar afundado nas críticas para agir. O momento de priorizar a comunicação é agora.

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Comunicação e tecnologia andam de mãos dadas e quem não percebeu isso vai ficar pra trás

Se você é comunicador e não usa ao menos duas ferramentas de Inteligência Artificial (IA), pode estar muito desatualizado.

 

Como comunicadores, nossa missão é criar conexões fortes entre pessoas e políticos de maneira eficaz e impactante. Vivemos em um tempo em que a comunicação não se limita mais aos métodos tradicionais, mesmo em cidades menores onde rádio e TV ainda tem muita força. O cenário evoluiu, a tecnologia tomou seu espaço e, com ela, surgiram novas ferramentas que podem transformar profundamente nossa maneira de trabalhar. 


E dentro desse cenário a IA não é mais uma novidade, ela é uma realidade que está remodelando as estratégias de comunicação e marketing de maneira impressionante. Mas o que isso realmente significa para quem trabalha na área?

Eu posso te dizer: tudo! Você consegue fazer textos mais dinâmicos ou mais explicativos. Consegue editar vídeos com dois ou três cliques. Criar imagens que antes, só tinham em banco de imagens. Automatizar plataformas como instagram e muito mais. Quem ainda não se adaptou a essa nova era corre o risco de ser superado por competidores que já estão utilizando a tecnologia para otimizar seus processos e, mais importante, gerar melhores resultados.


Isso não significa substituir o toque humano — ao contrário, significa usar a tecnologia a seu favor para alcançar resultados mais rápidos, mais precisos e mais impactantes. Ou você se adapta ou será engolido. Pense em um político que tem uma equipe (cenário ideal) que entende muito de redes sociais, criação de conteúdo, tecnologia e estratégia. Tire só um item desses e veja o quanto a comunicação já pode ser impactada. 


A realidade é que o mercado está mudando, e a pressão para se atualizar nunca foi tão grande. Grandes empresas já estão incorporando a IA em seus processos de comunicação. Estão usando chatbots para interação com clientes, sistemas de análise de sentimento para campanhas publicitárias e ferramentas de automação para agilizar a criação de conteúdo. 

Mas eu entendo. A ideia de usar IA pode gerar receios, principalmente para quem está acostumado com processos manuais ou mais tradicionais. A adaptação requer tempo, aprendizado e até um certo desconforto. 


Porém, a grande questão aqui é: o mercado já está em movimento. Se não começarmos a nos adaptar agora, será difícil acompanhar o ritmo no futuro. Eu sei que é fácil se deixar levar pela rotina e pelos processos que já estão estabelecidos, mas, na minha visão, não dá para continuar ignorando a revolução tecnológica que está acontecendo diante dos nossos olhos. Quem não perceber isso, ficará para trás.


A comunicação e a tecnologia não são mais duas áreas separadas — elas estão interligadas de maneira profunda e inseparável. Para ser um comunicador de sucesso no futuro, é fundamental que saibamos navegar nesse novo cenário digital com confiança e clareza. A IA já é uma aliada poderosa nesse caminho, e a pergunta é: você está pronto para dar esse passo?

 

Por: Márcio Lemos, CEO MLCom | Estrategista de Marketing  
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O eleitor vai te esquecer e a culpa é sua!

Nos anos que antecedem as eleições, nós, consultores de marketing político, dedicamos nosso tempo para orientar aspirantes a cargos públicos. Uma das recomendações mais frequentes é sobre a importância de manter a comunicação ativa e evitar se tornar o político “copa do mundo”, que só aparece de quatro em quatro anos.

Porém, com o fim do período eleitoral, o que mais se observa é a chamada síndrome do “passou, acabou”. Muitos políticos que investiram pesado ​​na comunicação, na interação com o eleitor e nas redes sociais simplesmente desaparecem após os resultados do primeiro e segundo turno. E, se você acha que isso acontece apenas com os que perderam, sinto informar que não. Muitos vencedores, que em breve assumirão prefeituras e cargos no legislativo, também desapareceram das redes.

A constância na comunicação é, sem dúvidas, um pilar essencial para a construção e manutenção da reputação, da confiança e do vínculo com o eleitor. Apesar disso, alguns políticos ainda cometem erros básicos, como “abandonar” a comunicação no pós-eleição. Mas posso garantir: não é por falta de assunto. Tanto para eleitos quanto para não eleitos, há inúmeras possibilidades e estratégias para continuar dialogando com o público e manter a comunicação ativa.

Na minha opinião, o que falta é interesse e, muitas vezes, entendimento da importância de manter o eleitor próximo — seja para consolidar o voto, seja para preparar o terreno para o próximo pleito. Quem não parou de se comunicar já está dez passos à frente. E quem parou terá que se esforçar muito para “correr atrás” do prejuízo e investir bastante energia para restabelecer o contato com o eleitorado.

Espero que os políticos se atentem o quanto antes e ativem novamente seus canais, pois o eleitor está esperando isso. Lembre-se que quem votou em você, quer saber desde já os próximos passos, o que está sendo pensando para o futuro e o suas ações para os próximos meses.

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Rio Grande do Sul e a mobilização nas redes sociais: como as plataformas podem ser tanto uma benção quanto uma maldição

 

O Brasil está em lágrimas pela situação de várias famílias do Rio Grande do Sul que estão sendo afetadas pelas enchentes causadas pelas fortes chuvas. O número de mortos, desaparecidos, desalojados e desabrigados, vem crescendo vertiginosamente. Neste momento a empatia é um sentimento que deve se sobrepor a todos os outros.

 

Com todos esses acontecimentos, está ocorrendo uma grande mobilização nas redes sociais. Vários perfis estão compartilhando maneiras de ajudar as vítimas, seja financeiramente ou com a doação de suprimentos. De modo geral, os posts indicam o que e onde doar os mantimentos e chaves pix para fazer transferências para fundos que irão ser direcionados para as famílias atingidas.

 

Assim, as redes sociais, mais uma vez, se mostram como um antro de influência e disseminação de ideias. Porém, existe uma via de mão dupla. Há pessoas que compartilham e se utilizam dessas plataformas para de fato conseguirem alcançar o bem comum daquela população necessitada. Em contrapartida, existem aquelas que estão apenas “surfando na onda” para conquistarem engajamento, seguidores e reações, ou até mesmo para aplicarem golpes.

 

Essa realidade, faz com que se crie um desconfiança quanto às reais intenções de uma pessoa ao compartilhar uma corrente de ajuda. O pix que é enviado para um fundo de auxílio pode parar no bolso de um golpista, assim como as pessoas podem enaltecer um influencer que está “pagando” de benevolente, quando na verdade ele está apenas se aproveitando da situação. 

 

Isso só corrobora para indicar o impacto e influência que as redes sociais têm em determinados assuntos. Dessa forma, ao mesmo tempo que esse recurso deve ser utilizado para o bem, as pessoas devem tomar cuidado com as malícias presentes no meio. Além disso, o debate sobre a responsabilidade dos indivíduos nessas plataformas deve sempre estar em pauta, visto que, ações desrespeitosas à assuntos delicados como esse, não devem sair impunes.

 

Que em meio a esta turbulência, a humanidade floresça dentro de cada um.

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Os políticos utilizam as redes sociais da forma correta?

As redes sociais, sem dúvidas, mudaram a concepção de veiculação de propagandas, campanhas e informações. De acordo com uma pesquisa da Consultoria em Marketing Digital Conversion, os brasileiros ficam conectados, em média, por quatro horas e oito minutos por dia nas redes. Por isso, esses meios se tornaram um ótimo local para se trabalhar a imagem de uma figura política. Atraídos pelos números, muitos políticos, sejam candidatos ou em mandato, colocam grande força em suas redes sociais, no entanto, muitos se enganam na hora de usar essas plataformas. 

 Pode ser frustrante para um político ver que seus números não estão condizentes com o que ele imaginava quando entrou nas redes sociais. O que ele está fazendo de errado? Qual é o melhor caminho a seguir?

É aí que o marketing político entra. Não adianta simplesmente soltar conteúdo atrás de conteúdo sem estabelecer uma lógica por trás desses lançamentos; ou seja, é necessário que certos aspectos sejam definidos antes para que uma comunicação efetiva seja de fato executada. Assim, é necessário o conhecimento e definição do público-alvo, bem como o entendimento da abordagem e da mensagem que o político quer passar, e isso só é possível por meio de uma estratégia.

Muitos acabam optando por tentar viralizar e acabam fugindo do que é uma comunicação política eficaz. Porém, é evidente que alguns também entendem que ser viral pode ser uma estratégia, desde que tudo tenha um sentido e não seja feito “apenas por fazer”, principalmente no instagram, que hoje é uma das redes sociais mais consumidas no Brasil.

Segundo pesquisa do DataSenado, 45% da população brasileira tem seu voto influenciado pelas redes sociais. Isso se deve ao encurtamento do espaço entre o eleitor e o candidato que essas plataformas promovem. Com isso, o retrato final dessa realidade é que  o político deve manter um nível para ser visto como uma figura importante e não como um mero criador de conteúdo ou influencer, visto que  pessoas votam em quem elas confiam e se identificam, e não em que elas acham um bom produtor de “memes” ou “trends” lançadas de maneira aleatória.

No fim, a chave para o sucesso nas redes sociais é: um marketing político bem definido e eficaz.