Nos anos que antecedem as eleições, nós, consultores de marketing político, dedicamos nosso tempo para orientar aspirantes a cargos públicos. Uma das recomendações mais frequentes é sobre a importância de manter a comunicação ativa e evitar se tornar o político “copa do mundo”, que só aparece de quatro em quatro anos.
Porém, com o fim do período eleitoral, o que mais se observa é a chamada síndrome do “passou, acabou”. Muitos políticos que investiram pesado na comunicação, na interação com o eleitor e nas redes sociais simplesmente desaparecem após os resultados do primeiro e segundo turno. E, se você acha que isso acontece apenas com os que perderam, sinto informar que não. Muitos vencedores, que em breve assumirão prefeituras e cargos no legislativo, também desapareceram das redes.
A constância na comunicação é, sem dúvidas, um pilar essencial para a construção e manutenção da reputação, da confiança e do vínculo com o eleitor. Apesar disso, alguns políticos ainda cometem erros básicos, como “abandonar” a comunicação no pós-eleição. Mas posso garantir: não é por falta de assunto. Tanto para eleitos quanto para não eleitos, há inúmeras possibilidades e estratégias para continuar dialogando com o público e manter a comunicação ativa.
Na minha opinião, o que falta é interesse e, muitas vezes, entendimento da importância de manter o eleitor próximo — seja para consolidar o voto, seja para preparar o terreno para o próximo pleito. Quem não parou de se comunicar já está dez passos à frente. E quem parou terá que se esforçar muito para “correr atrás” do prejuízo e investir bastante energia para restabelecer o contato com o eleitorado.
Espero que os políticos se atentem o quanto antes e ativem novamente seus canais, pois o eleitor está esperando isso. Lembre-se que quem votou em você, quer saber desde já os próximos passos, o que está sendo pensando para o futuro e o suas ações para os próximos meses.