O Portal AM1 conversou com especialistas em comunicação política, que ressaltaram a importância das redes sociais nas eleições, haja vista que elas são uma ferramenta essencial na construção da imagem política de um candidato.
Manaus (AM) – À medida que as eleições de 2024 se aproximam, os candidatos e personalidades que possuem pretensões políticas buscam novas formas de se conectarem aos eleitores. Dito isto, as redes sociais se tornam um campo de batalha importante e crucial para os políticos, principalmente, quando o objetivo é influenciar e formar opiniões.
Plataformas como Facebook, X (antigo Twitter), Instagram e TikTok alcançando bilhões de usuários no mundo todo, os candidatos às eleições municipais estão intensificando seus esforços on-line para capturar a atenção e o apoio do eleitorado. De vídeos virais a debates ao vivo, a criatividade é a moeda de troca neste novo cenário político digital, onde a informação chega cada vez mais rápido e direcionada.
A importância das redes sociais é evidente em sua capacidade de atingir públicos segmentados, engajar eleitores jovens e gerar discussões instantâneas sobre questões ideológicas. No entanto, também levanta preocupações sobre desinformação, polarização e manipulação de dados.
Opiniões
Para o cientista político Jack Serafim, que analisou o cenário político atual da capital amazonense, as redes sociais são uma ferramenta na construção da imagem política do candidato, mas, apesar do alcance a milhares de eleitores, é necessário que se crie um laço entre o off-line e as redes, pois segundo o especialista, um mundo não sobrevive sem o outro.
“As redes sociais são ferramentas que ajudam na construção da imagem do agente político de forma mais acessível. Se você tem um bom conteúdo, ainda que não tenha recursos para impulsionamento, é possível alcançar milhares de pessoas e construir autoridade”, afirmou o cientista político.
Jack explica, também, que mesmo com as ferramentas digitais disponíveis, o relacionamento físico com o eleitorado deve ser mantido, porque esse passo constrói a confiança do eleitor para com o político, já que essa aproximação “engaja melhor”.
Apesar das exceções, a regra é que, no processo eleitoral, as redes sociais apenas complementem o marketing político, já que é no contato pessoal que é possível engajar melhor. As redes sociais vivem de nossos relacionamentos off-line. Se eles não existem, são mais difíceis de existir no on-line”, finalizou Serafim.
Para Márcio Lemos, publicitário e especialista em comunicação política, que também foi entrevistado pelo Portal AM1, a preocupação com o digital, por parte dos pré-candidatos, está cada vez mais em evidência, mas ele citou que essa é parte de um único objetivo: a campanha política.
“A política está ganhando cada vez mais espaço no mundo digital e é cada vez mais comum ver os pré-candidatos preocupados com as redes sociais e a criação de conteúdo. É importante ressaltar que a campanha é uma só: a campanha política. O meio digital é uma das formas que os políticos têm para se comunicar com as pessoas, transmitir uma mensagem específica para um público-alvo, além de ser o método mais rápido para estabelecer um posicionamento, gerenciar uma crise ou comunicar algo importante”, informou o publicitário.
Quando questionado sobre o poder de influenciar as eleições, Lemos disse que a presença no virtual é importante, mas que não altera o resultado das eleições.
“O virtual, o digital, é muito importante, mas não altera o resultado das eleições. Ele é um meio mais eficaz e rápido de se aproximar das pessoas, […] uma comunicação digital bem feita faz toda a diferença. Ela não muda o resultado, mas influencia na aceitação e, consequentemente, no efeito cascata que determina o voto”, disse.
O especialista destaca a importância da comunicação como um dos pilares da campanha política. “A comunicação desempenha um papel fundamental, sendo um dos pilares da campanha política e do mandato. Sem uma comunicação eficaz, não é possível apresentar às pessoas o trabalho, as realizações, os anseios e a personalidade, nem criar conexões com o eleitorado”, finalizou Lemos.
Neste ciclo eleitoral, uma coisa é certa: as redes sociais não são apenas uma ferramenta para os candidatos, mas também um meio de conquistar terreno e votos e também de promover novos nomes para o jogo político. A capacidade de destaque no digital pode ser o diferencial nas urnas em 2024.