No dia 8 de março é comemorado o dia internacional da mulher. Originalmente, a data era utilizada para marcar a luta das mulheres por melhores condições de trabalho e direitos políticos, mas com o passar dos anos, tornou-se também uma oportunidade para celebrar as conquistas das mulheres e refletir sobre os desafios que ainda enfrentam.
As mulheres ainda lutam por igualdade e espaço, principalmente quando falamos sobre política, já que o Brasil está entre os países com menor participação feminina nos parlamentos federais. E para provar que as mulheres ainda tem um longo caminho até conquistar o devido respeito, ainda vemos parlamentares diminuírem a luta das mulheres, como fez o então deputado federal mais votado do país, Nikolas Ferreira, que usou uma peruca em sua fala na Câmara dos Deputados, diminuindo e fazendo chacota da igualdade de gênero. O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e levantou questionamentos sobre até que ponto é aceitável expor opiniões e críticas, sem ultrapassar os limites do respeito e da ética.
É aí que fica a pergunta: pode tudo mesmo? Muitos políticos usam a tribuna para expressar suas opiniões, fazem discursos fortes e entram em embates. Até aí, tudo bem. Mas e quando isso vira um grande espetáculo? A estratégia de comunicação é certeira, sim, pois discursos assim ganham espaço na mídia, se tornam assuntos mais comentados e vão para as capas de jornais. Numa outra perspectiva, desaponta, já que vemos os parlamentares eleitos pelo povo se apequenarem, transformado o plenário numa “briga de quinta série”.
É preciso refletir sobre até que ponto uma opinião pessoal pode ferir a dignidade de outras pessoas e ultrapassar os limites do respeito. Ainda que a liberdade de expressão seja um direito fundamental e essencial em uma democracia, ela deve ser exercida com responsabilidade e ética. Por isso, é fundamental que os parlamentares tenham consciência de que suas opiniões e comportamentos refletem diretamente em sua atuação política e na imagem do país como um todo. Sabemos que na política a guerra de narrativas faz toda diferença na hora de conquistar o eleitorado, mas estamos evoluindo e entendo que deve sim haver um limite.